O TRIUNFO DAS PORCAS
A partir de "Animal Farm" de George Orwell
Adaptação e encenação de Pedro Alves
Coprodução teatromosca e Teatro Estúdio Fonte Nova
Estreou a 6 de maio de 2021 no AMAS - Auditório Municipal António Silva
A partir de "Animal Farm" de George Orwell
Adaptação e encenação de Pedro Alves
Coprodução teatromosca e Teatro Estúdio Fonte Nova
Estreou a 6 de maio de 2021 no AMAS - Auditório Municipal António Silva
O poder estabilizador da sociedade disciplinadora e industrial era repressivo. Os proprietários das fábricas exploravam de forma brutal os trabalhadores industriais, o que ocasionava protestos e resistências. Nesse sistema repressivo são visíveis tanto a opressão como os opressores. Existe um oponente concreto, um inimigo visível diante do qual a resistência faz sentido.
O sistema de dominação neoliberal está estruturado de uma forma totalmente diferente. O poder estabilizador do sistema já não é repressor, mas sedutor, ou seja, cativante.
“Por que hoje a revolução não é possível?”, Byung-Chul Han
O sistema de dominação neoliberal está estruturado de uma forma totalmente diferente. O poder estabilizador do sistema já não é repressor, mas sedutor, ou seja, cativante.
“Por que hoje a revolução não é possível?”, Byung-Chul Han
[Sinopse]
O TRIUNFO DaS PORCaS
A Revolução está a chegar à Quinta Manor. A Revolução está a chegar à Quinta dos Animais. A Libertação está a caminho. A Utopia está a caminho. Mas os alicerces desse paraíso vão ruir mais depressa do que se pensa. Os fios dessa união entre os animais vão desfazer-se mais rapidamente do que se esperaria. E um novo sistema emergirá, ainda mais aterrorizante e opressor do que aquele dos humanos que antes governavam. E, no final, restará apenas a desconcertante imagem de suínos e seres humanos a celebrar a prosperidade económica em torno de uma mesa de jogo, na antiga casa do velho proprietário, enquanto os restantes animais continuam a trabalhar arduamente a troco de muito pouco.
A Revolução está a chegar à Quinta Manor. A Revolução está a chegar à Quinta dos Animais. A Libertação está a caminho. A Utopia está a caminho. Mas os alicerces desse paraíso vão ruir mais depressa do que se pensa. Os fios dessa união entre os animais vão desfazer-se mais rapidamente do que se esperaria. E um novo sistema emergirá, ainda mais aterrorizante e opressor do que aquele dos humanos que antes governavam. E, no final, restará apenas a desconcertante imagem de suínos e seres humanos a celebrar a prosperidade económica em torno de uma mesa de jogo, na antiga casa do velho proprietário, enquanto os restantes animais continuam a trabalhar arduamente a troco de muito pouco.
[SOBRE O PROJETO]
No seu projeto mais ambicioso, o historiador suíço Sigfried Giedion afirma que, inicialmente, na era paleolítica, se olhava para os animais como seres superiores ao próprio homem, como algo sagrado, objeto de adoração máxima. As bestas eram o modelo, possuíam as melhores habilidades, as melhores condições para a sobrevivência num mundo hostil, corriam mais depressa, saltavam mais alto, voavam... capacidades que, de algum modo, se apresentavam quase como objeto de culto, em que os seres humanos podiam projetar os seus desejos mais íntimos. Mas, o final da Idade da Pedra Lascada traria a domesticação, ou melhor dizendo, a desmitificação dos animais. Nasce a figura humana. O mesmo é dizer que é nesse período, não assim tão longínquo, que tem origem a representação do corpo humano. Mas talvez o primeiro tema da arte (pictórica) tenha sido um animal. Talvez a primeira tinta tenha sido sangue de animal. Durante séculos – bastaria recordar Ovídeo -, utilizámos a alegoria dos animais para representar os traços e caraterísticas humanas, tentámos observar à distância, para chegar à conclusão que estamos tão próximo, mas que nos colocamos tão longe. Inspirado pela nossa relação com os animais, hierárquica e vertical, Orwell aplica-a às relações de classes, num texto publicado pela primeira vez em 1945, como resposta à emergência de regimes autoritários. Rapidamente, “Animal Farm”, transformou-se numa clássica fábula política, plena de mordacidade e perspicácia, relatando a história de uma revolução entre os animais de uma quinta e o modo como o idealismo, facilmente, pode ser traído pelo poder, pela corrupção e pela mentira. Num tempo em que tornamos a assistir, um pouco por todo o lado, à ascensão de regimes totalitários e líderes hostis em relação às instituições democráticas, este romance serve-nos bem a reflexão que pretendemos fazer em torno dos limites da democracia. Simultaneamente, desafiados pela pergunta de outro escritor inglês, John Berger, lançaremos o nosso olhar sobre os animais, como quem se olha ao espelho. Nesta adaptação teatral de uma das obras mais reconhecidas de George Orwell, coproduzida pelo teatromosca e pelo Teatro Estúdio Fontenova, com direção artística de Pedro Alves, três atrizes emprestam o seu corpo (a carne!) às três porcas que assumiram a liderança no novo sistema que governará a Quinta dos Animais. As restantes personagens serão interpretadas em vídeo por jovens estudantes e estagiários de cursos profissionais de artes do espetáculo.
Depois de colaborações ao nível dos intercâmbios de projetos, as duas estruturas propõem-se agora a estabelecer uma coprodução que espelha a vontade de unir duas linhas de trabalho que aqui se verificam significantes. Por um lado, tem sido evidente ao longo dos anos a preocupação política e social, assim como sensibilização à reflexão e crítica nas produções do Teatro Estúdio Fontenova. Por outro, alia-se a este o trabalho do teatromosca e do seu diretor artístico na sua relação com a adaptação de obras romanescas para os palcos. Desta forma, entende-se que a partilha de processos criativos com outras companhias poderá potenciar uma maior valorização artística, para além de possibilitar uma rentabilização de custos que permita atingir um trabalho final com mais meios e significado.
O espetáculo será criado em três fases: ainda em dezembro de 2020, centramo-nos na relação do texto de Orwell com a adaptação literária produzida por Pedro Alves, com duas sessões realizadas no espaço de uma escola secundária de Sintra e outra em Setúbal, procurando inaugurar um fórum dramatúrgico amplo em torno de uma série de temáticas propostas pelo projeto; num segundo momento, com base em trabalho de mesa e a partir de improvisações, a equipa procurará um outro conjunto de matérias (corpos em movimento, imagens, vídeos, sons, luz, tecidos etc) que, no terceiro momento, da ordenação do espetáculo, se colocarão ao lado desses (outros) textos. Considerando que se trata de uma das mais relevantes obras literárias do século XX, incluída no Plano Nacional de Leitura para o 9º ano de escolaridade, o espetáculo orientar-se-á, primeiramente, para um público escolar e juvenil. Para além da equipa profissional das duas estruturas, o projeto incluirá ainda no seu elenco, em ensaios e apresentações públicas do espetáculo que daí resultar, um grupo de jovens com idades compreendidas entre os 12 e os 18 anos, de Setúbal e Sintra.
Depois de colaborações ao nível dos intercâmbios de projetos, as duas estruturas propõem-se agora a estabelecer uma coprodução que espelha a vontade de unir duas linhas de trabalho que aqui se verificam significantes. Por um lado, tem sido evidente ao longo dos anos a preocupação política e social, assim como sensibilização à reflexão e crítica nas produções do Teatro Estúdio Fontenova. Por outro, alia-se a este o trabalho do teatromosca e do seu diretor artístico na sua relação com a adaptação de obras romanescas para os palcos. Desta forma, entende-se que a partilha de processos criativos com outras companhias poderá potenciar uma maior valorização artística, para além de possibilitar uma rentabilização de custos que permita atingir um trabalho final com mais meios e significado.
O espetáculo será criado em três fases: ainda em dezembro de 2020, centramo-nos na relação do texto de Orwell com a adaptação literária produzida por Pedro Alves, com duas sessões realizadas no espaço de uma escola secundária de Sintra e outra em Setúbal, procurando inaugurar um fórum dramatúrgico amplo em torno de uma série de temáticas propostas pelo projeto; num segundo momento, com base em trabalho de mesa e a partir de improvisações, a equipa procurará um outro conjunto de matérias (corpos em movimento, imagens, vídeos, sons, luz, tecidos etc) que, no terceiro momento, da ordenação do espetáculo, se colocarão ao lado desses (outros) textos. Considerando que se trata de uma das mais relevantes obras literárias do século XX, incluída no Plano Nacional de Leitura para o 9º ano de escolaridade, o espetáculo orientar-se-á, primeiramente, para um público escolar e juvenil. Para além da equipa profissional das duas estruturas, o projeto incluirá ainda no seu elenco, em ensaios e apresentações públicas do espetáculo que daí resultar, um grupo de jovens com idades compreendidas entre os 12 e os 18 anos, de Setúbal e Sintra.
[FOTOGRAFIAS]
[MEMORABILIA]
[FICHA ARTÍSTICA E TÉCNICA]
Texto: A partir de “Animal Farm”, de George Orwell | Adaptação e encenação: Pedro Alves | Interpretação em palco: Carolina Figueiredo, Patrícia Pereira Paixão e Sara Túbio Costa | Interpretação em vídeo: Milene Fialho e 26 jovens estudantes sintrenses e setubalenses | Ilustração: Alex Gozblau | Desenho de luz: José Maria Dias | Direção técnica: Carlos Arroja | Operação de luz e som: Diogo Graça | Videasta: Leonardo Silva | Fotografia: Catarina Lobo e Leonardo Silva | Cenografia: Pedro Silva | Banda sonora original: Emídio Buchinho | Figurinos: Maria Luiz | Design de comunicação e Apoio à produção: Tomás Barão | Produção executiva: Inês Oliveira e Graziela Dias | Coprodução: teatromosca e Teatro Estúdio Fontenova | Rádio oficial: Antena 1 | Apoio à comunicação: Antena 3, Jornal de Sintra, Correio de Sintra, Setúbal Mais, semmais e O Som da Baixa | Apoios: Junta de Freguesia de Agualva e Mira Sintra, Junta de Freguesia do Cacém e São Marcos, Europalco, Rodalgés, Faculdade de letras da Universidade de Lisboa, Centro de Estudos de Teatro, Entregarfadas, Burger and Company, Cabicom, Shopping Cacém e Set-Link | O teatromosca e o Teatro Estúdio Fontenova são estruturas financiadas pela República Portuguesa – Ministério da Cultura/Direção-Geral das Artes e pela Câmara Municipal de Sintra e Câmara Municipal de Setúbal (respetivamente)
Duração estimada | 90 minutos
Classificação etária | M/12 anos
Duração estimada | 90 minutos
Classificação etária | M/12 anos
[DIGRESSÃO]
Fazer a Festa - Festival Internacional de Teatro Para a Infância e Juventude [Teatro Art'Imagem], Maia, 29 de junho de 2021
Fórum Municipal Luísa Todi, Setúbal, 28-30 de outubro de 2021
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