Fahrenheit 451 #1 - trailer from teatromosca on Vimeo. |
Sabemos agora que um texto não é feito de uma linha de palavras, libertando um sentido único, de certo modo teológico (que seria a «mensagem» do Autor-Deus), mas um espaço de dimensões múltiplas, onde se casam e se contestam escritas variadas, nenhuma das quais é original: o texto é um tecido de citações, com origem nos inumeráveis centros da cultura.
«A Morte do Autor», Roland Barthes Fahrenheit 451 A partir do romance homónimo de Ray Bradbury Adaptação e direção artística de Pedro Alves Produção teatromosca |

Marco da literatura de ficção científica, publicado em 1953, o romance distópico de Ray Bradbury passa-se numa cidade não especificada, numa data não determinada (após 1960), e é considerado um dos seus melhores textos. É com a adaptação deste romance - e em estreita relação com a adaptação cinematográfica que François Truffaut realizou em 1966 - que o teatromosca encerra a trilogia dedicada à literatura narrativa norte-americana, iniciada em 2013 com a adaptação de «Moby-Dick», de Herman Melville, e que teve em «O Som e a Fúria», adaptado do romance de William Faulkner, o seu segundo andamento.
O terceiro espetáculo desta Trilogia Norte-Americana, com direção artística de Pedro Alves, estreará no Théâtre de la Tête Noire, em Saran (França), no dia 19 de novembro, às 19.30h, em coprodução com esta estrutura teatral francesa com quem o teatromosca estabeleceu um protocolo de cooperação internacional designado «Ferry-Book»*. O espetáculo será apresentado em Portugal, no Auditório António Silva, no Cacém, de 3 a 12 de dezembro, de quinta-feira a sábado, às 21h, e, posteriormente, seguirá em itinerância por Braga, Lisboa, Maia, Guarda, Aveiro, Almada, Funchal e outras cidades portuguesas.
FAHRENHEIT 451
Montag é bombeiro e em breve será capitão. Montag é um homem realizado. Montag tem um bom emprego. Montag tem uma família feliz. Montag tem uma casa confortável. Mas tudo isto é feito de papelão e tudo arderá tão depressa como o Livro de Jonas, as obras de Platão, os sonetos de Shakespeare, os poemas de Milton, os textos de Homero, o «Moby-Dick» de Melville… Montag será fogo, primeiro a consumir para destruir livros e preservar a paz social, depois a consumir tudo para preservar a memória e um legado literário ameaçado. Como a jovem Clarisse será ignição e Mildred será combustível, Montag será o fogo destruidor de uma civilização já em processo de demolição – uma ruína escondida atrás de máscaras e maquilhagem. Montag é um bombeiro contratado para destruir pelo fogo todos os bens daqueles que se atrevem a ler livros, daqueles que desrespeitam a Lei. Numa sociedade higienizada, em que as famílias são personagens em telas interativas, Montag atrever-se-á a ser leitor, a pensar, a questionar, a ser livro. Será perseguido…
TRILOGIA NORTE-AMERICANA
Neste teatro narrativo em que o teatromosca pretende (continuar a) trabalhar, diferentes camadas de ficção vão sendo introduzidas e geridas pelo atores-narradores, assumindo, de certo modo, o papel de duplo-do-autor/ duplo-do-ator, num movimento constante entre a ficção interna da peça (onde a presença do narrador é motivada e justificada pela ação) e a destruição da ilusão (quando o narrador se dirige diretamente ao público). Depois da criação de «Moby-Dick» e «O Som e a Fúria», a companhia encerra com o texto de Bradbury este projeto em que se procura refletir sobre a fundação da nação americana, a sua supremacia cultural e económica preponderante no séc. XX e o consequente fracasso “recente” desta sociedade e do seu modelo, a partir de uma reflexão também sobre as suas práticas artísticas e como estas demonstram esta ascensão e (a anunciada) queda. A partir da adaptação de alguns dos mais importantes textos narrativos norte-americanos, pretende-se abordar temas como a História, a religião, a especificidade geográfica, a representação da mulher, a liberdade, a multiculturalidade, o tempo, o fracasso da linguagem e da narrativa, a ordem, o caos e a violência. É intuito do teatromosca estender essa reflexão ao questionamento da civilização ocidental e do seu estado atual, tomando como ponto de partida a mais influente literatura não-dramática produzida nos Estados Unidos da América.
FAHRENHEIT 451
Published in 1953, this sci-fi literary landmark brings a dystopian unnamed city, in an uncertain date – after 1960. The novel is taken into consideration as one of Bradbury’s best texts. The performance deals with the adaptation of the book, together with François Truffaut’s film of 1966.
Fahrenheit 451 closes the North-American Trilogy and was first premiered at Théâtre de la Tête Noire, in Saran (France), on 19th November 2015. It is a coproduction with this French theatre company, with whom teatromosca has developed an international cooperation project called ‘Ferry-Book’. The performance is supported by the Portuguese Ministry of Culture. It has been presented in Portugal, in Cacém, Cascais, Portalegre, Funchal and Coimbra.
* Ainda no âmbito do projeto de cooperação internacional, designado «Ferry-Book», que liga o teatromosca ao Théâtre de la Tête Noire, estreou em Portugal, em março de 2016, o espetáculo «Variations Sur Hiroshima Mon Amour», a partir do texto de Marguerite Duras, com encenação de Patrice Douchet.
O terceiro espetáculo desta Trilogia Norte-Americana, com direção artística de Pedro Alves, estreará no Théâtre de la Tête Noire, em Saran (França), no dia 19 de novembro, às 19.30h, em coprodução com esta estrutura teatral francesa com quem o teatromosca estabeleceu um protocolo de cooperação internacional designado «Ferry-Book»*. O espetáculo será apresentado em Portugal, no Auditório António Silva, no Cacém, de 3 a 12 de dezembro, de quinta-feira a sábado, às 21h, e, posteriormente, seguirá em itinerância por Braga, Lisboa, Maia, Guarda, Aveiro, Almada, Funchal e outras cidades portuguesas.
FAHRENHEIT 451
Montag é bombeiro e em breve será capitão. Montag é um homem realizado. Montag tem um bom emprego. Montag tem uma família feliz. Montag tem uma casa confortável. Mas tudo isto é feito de papelão e tudo arderá tão depressa como o Livro de Jonas, as obras de Platão, os sonetos de Shakespeare, os poemas de Milton, os textos de Homero, o «Moby-Dick» de Melville… Montag será fogo, primeiro a consumir para destruir livros e preservar a paz social, depois a consumir tudo para preservar a memória e um legado literário ameaçado. Como a jovem Clarisse será ignição e Mildred será combustível, Montag será o fogo destruidor de uma civilização já em processo de demolição – uma ruína escondida atrás de máscaras e maquilhagem. Montag é um bombeiro contratado para destruir pelo fogo todos os bens daqueles que se atrevem a ler livros, daqueles que desrespeitam a Lei. Numa sociedade higienizada, em que as famílias são personagens em telas interativas, Montag atrever-se-á a ser leitor, a pensar, a questionar, a ser livro. Será perseguido…
TRILOGIA NORTE-AMERICANA
Neste teatro narrativo em que o teatromosca pretende (continuar a) trabalhar, diferentes camadas de ficção vão sendo introduzidas e geridas pelo atores-narradores, assumindo, de certo modo, o papel de duplo-do-autor/ duplo-do-ator, num movimento constante entre a ficção interna da peça (onde a presença do narrador é motivada e justificada pela ação) e a destruição da ilusão (quando o narrador se dirige diretamente ao público). Depois da criação de «Moby-Dick» e «O Som e a Fúria», a companhia encerra com o texto de Bradbury este projeto em que se procura refletir sobre a fundação da nação americana, a sua supremacia cultural e económica preponderante no séc. XX e o consequente fracasso “recente” desta sociedade e do seu modelo, a partir de uma reflexão também sobre as suas práticas artísticas e como estas demonstram esta ascensão e (a anunciada) queda. A partir da adaptação de alguns dos mais importantes textos narrativos norte-americanos, pretende-se abordar temas como a História, a religião, a especificidade geográfica, a representação da mulher, a liberdade, a multiculturalidade, o tempo, o fracasso da linguagem e da narrativa, a ordem, o caos e a violência. É intuito do teatromosca estender essa reflexão ao questionamento da civilização ocidental e do seu estado atual, tomando como ponto de partida a mais influente literatura não-dramática produzida nos Estados Unidos da América.
FAHRENHEIT 451
Published in 1953, this sci-fi literary landmark brings a dystopian unnamed city, in an uncertain date – after 1960. The novel is taken into consideration as one of Bradbury’s best texts. The performance deals with the adaptation of the book, together with François Truffaut’s film of 1966.
Fahrenheit 451 closes the North-American Trilogy and was first premiered at Théâtre de la Tête Noire, in Saran (France), on 19th November 2015. It is a coproduction with this French theatre company, with whom teatromosca has developed an international cooperation project called ‘Ferry-Book’. The performance is supported by the Portuguese Ministry of Culture. It has been presented in Portugal, in Cacém, Cascais, Portalegre, Funchal and Coimbra.
* Ainda no âmbito do projeto de cooperação internacional, designado «Ferry-Book», que liga o teatromosca ao Théâtre de la Tête Noire, estreou em Portugal, em março de 2016, o espetáculo «Variations Sur Hiroshima Mon Amour», a partir do texto de Marguerite Duras, com encenação de Patrice Douchet.

FICHA ARTÍSTICA E TÉCNICA
Texto|Ray Bradbury Adaptação e direção artística|Pedro Alves Tradução (para francês)| Thomas Resendes Interpretação|Filipe Araújo e Rute Lizardo Colaboração artística|Patrice Douchet (Théâtre de la Tête Noire) Criação musical e sonoplastia|Bruno Béu Assistência de direção|Mário Trigo e Maria Carneiro Cenografia|Pedro Silva Design gráfico|Alex Gozblau Direcção técnica|Carlos Arroja Vídeo|Ricardo Reis Fotografia|Catarina Lobo Produção|teatromosca Coprodução|Embaixada dos EUA, Arte Institute (NY), Festival Internacional de Teatro do Alentejo e Théâtre de la Tête Noire (Orléans) Apoios|Câmara Municipal de Sintra, 5àSEC e Junta de Freguesia de Agualva - Mira Sintra
ESTREIA MUNDIAL
19 de novembro no Théâtre de la Tête Noire, em Saran [França], às 19.30h
dia 20 e 21 de novembro, às 20.30h
ESTREIA EM PORTUGAL
3 de dezembro no Auditório António Silva, no Cacém
de quinta a sábado, às 21h, até 12 de dezembro
Dossiê do projeto >>
Texto|Ray Bradbury Adaptação e direção artística|Pedro Alves Tradução (para francês)| Thomas Resendes Interpretação|Filipe Araújo e Rute Lizardo Colaboração artística|Patrice Douchet (Théâtre de la Tête Noire) Criação musical e sonoplastia|Bruno Béu Assistência de direção|Mário Trigo e Maria Carneiro Cenografia|Pedro Silva Design gráfico|Alex Gozblau Direcção técnica|Carlos Arroja Vídeo|Ricardo Reis Fotografia|Catarina Lobo Produção|teatromosca Coprodução|Embaixada dos EUA, Arte Institute (NY), Festival Internacional de Teatro do Alentejo e Théâtre de la Tête Noire (Orléans) Apoios|Câmara Municipal de Sintra, 5àSEC e Junta de Freguesia de Agualva - Mira Sintra
ESTREIA MUNDIAL
19 de novembro no Théâtre de la Tête Noire, em Saran [França], às 19.30h
dia 20 e 21 de novembro, às 20.30h
ESTREIA EM PORTUGAL
3 de dezembro no Auditório António Silva, no Cacém
de quinta a sábado, às 21h, até 12 de dezembro
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