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  TEATROMOSCA
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projeto de cooperação entre o teatromosca e o Agrupamento de Escolas D. Maria II
2020-2022

APRESENTAÇÃO DO PROJETO

Em 1516, Thomas More publicava o seu “Utopia”, a descrição de uma sociedade ideal vivenciada numa ilha. O conceito de “utopia”, que pode ser lido de formas diversas, é também interpretado como ausência ou desconhecimento de lugar, sendo lido, neste caso, como oposição a uma referência geográfica exata que à época era obsessivamente procurada pela ciência náutica, por cartógrafos e por reis que pretendiam estender o seu domínio além-mar. O protagonista da história descobre a ilha, numa localização que permanece obscura, depois de ter estado alguns meses em Cabo Frio, no Brasil, esse sim um lugar inscrito nos mapas, mas tão recente e desconhecido que podia inspirar utopias.
 
Exatamente três anos depois, em dezembro de 1519, Fernão de Magalhães chegava a um local já conhecido, a baía de Guanabara (atual Rio de Janeiro). A sua aventura tocaria muitos outros pontos do globo (quem sabe se não a própria ilha de Utopia), mas o seu objetivo era também a busca de uma localização (ou uma rota) desconhecida, uma utopia diríamos, procurando a primeira circum-navegação do planeta. Fernão de Magalhães não conhecia, muito provavelmente, a obra de More, mas o que os aproximava era essa busca renascentista de lugares ausentes, lugares distantes, de inscrever na cartografia mental ou física da época novas rotas ideais que tornassem a geografia do globo mais rápida, o tempo da história mais curto.
 
A troca aqui produzida, entre espaço e tempo, e os respetivos adjetivos, são propositados e refletem sobre uma outra utopia do presente, no preciso momento em que se celebram cinco séculos sobre o início daquela viagem. Esta nova visão (ou confusão?) do mundo inscreve-se hoje não nas cartas náuticas, mas na palma da mão e na ponta dos dedos, através desses pequenos dispositivos que até fazem chamadas telefónicas e que hoje nos trazem a ilusão de um globo mais pequeno, de um tempo mais veloz. O que é a globalização se não um outro tipo de utopia para o qual Fernão de Magalhães deu o primeiro passo? Mas estamos longe de Magalhães agora. Longe pelo tempo decorrido, distantes por esta sensação global de que podemos estar, sentir, viver tão perto uns dos outros quanto a distância entre um polegar e um indicador. E longe por que tendemos, facilmente, a desconhecer ou a esquecer essa história, essas estórias. Os homens e mulheres do século XVI julgavam ainda viver num mundo muito maior do que ele era na realidade. Passado meio milénio, julgamos viver num mundo bem mais pequeno, quase uma pequena bola que rodamos entre dois dedos. Refletir sobre estas diferenças pode ser um exercício tão educativo quanto lúdico, diminuir essas distâncias deve ser um objetivo de conhecimento tão lúdico quanto pedagógico.
 
Em parceria com o Agrupamento de Escolas D. Maria II, o teatromosca propõe-se a desenvolver este projeto que se serve das comemorações do V Centenário da Viagem de Magalhães para iniciar um longo processo, envolvendo jovens estudantes da Escola Secundária Gama Barros (ESGB), em intercâmbio com estudantes de países ligados à rede de escolas magalhânicas (Espanha, Brasil, Agentina, Cabo Verde etc.), que pretende tanto divulgar, junto de diferentes comunidades, as dimensões históricas e a importância do conhecimento associado à viagem de circum-navegação e do seu significado para o diálogo entre povos e culturas no mundo atual, como abrir espaço para um outro conjunto de reflexões sobre os modos como a juventude é socialmente representada (e como se representa) ou como são construídas e vividas as nossas cidades, promovendo a Arte como ferramenta de aprendizagem impulsionadora de novos olhares e abordagens sobre o mundo contemporâneo.
Imagem

ATIVIDADEs

A equipa multidisciplinar do teatromosca trabalhará com os jovens, em estreita colaboração com docentes da ESGB, a partir de janeiro de 2020, criando uma série de objetos artísticos com distintos formatos (textos, fotografias, vídeos etc.), em sessões enquadradas no tempo curricular ou em horário extracurricular. Ao mesmo tempo que se vai fazendo um levantamento topográfico do território e que se vai traçando um roteiro toponímico da cidade, os participantes vão recolhendo testemunhos e elaborando textos que, posteriormente, serão materiais para a construção de uma grande maquete multimédia e interativa com, aproximadamente, 9 metros quadrados, que virá a ser exposta em diversos espaços, explorando ainda a relação entre arquitetura, urbanismo e memória, entendo a cidade como obra humana em permanente transformação e que se carateriza pela sua morfologia urbana e tipologia construtiva.
 
Depois de um primeiro intercâmbio entre os alunos da ESGB e outros estudantes estrangeiros ou ex-alunos da ESGB, realizado, propositadamente, à distância, com o intuito de fazer incidir as reflexões sobre questões de tempo e espaço e o modo como estas têm sido entendidas e transformadas ao longo destes cinco séculos que nos separam de Magalhães, a aproximação entre estes será gradual, começando por ser utilizada correspondência em papel e, posteriormente, as novas tecnologias de comunicação e informação. Durante as pausas intercalares da Páscoa, no ano-letivo de 2021-2022, deverão, finalmente, realizar-se encontros presenciais, proporcionados como se se tratassem de viagens de finalistas a um ou mais destinos selecionados.
 
No âmbito deste projeto, ainda em setembro de 2021, será criada uma “Caminhada Noturna com Jovens”, performance volante, em colaboração com a companhia canadiana Mammalian Diving Reflex, onde os jovens planearão e dinamizarão visitas em Agualva-Cacém, compartilhando com o público as suas zonas favoritas deste território, promovendo encontros entre adolescentes e públicos de diferentes idades e origens, inspirada pelo conceito situacionista da "deriva" (Guy Debord).
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