ADRIANOPLA
coprodução teatromosca, O Fim Do Teatro
texto e encenação Pedro Saavedra
coprodução teatromosca, O Fim Do Teatro
texto e encenação Pedro Saavedra
ESTREIA 20 junho 2024
às 21h
no AMAS - Auditório Municipal António Silva
às 21h
no AMAS - Auditório Municipal António Silva
Sessão em live streaming
29 de junho, às 21h00
29 de junho, às 21h00
[SINOPSE]
No final do século XX, um documentário está a ser realizado sobre uma comuna anarquista algures no interior dos Alpes Austríacos. Um grupo de utópicos invadiu uma propriedade rural e decidiu instaurar nela um novo tipo sociedade, baseada na igualdade. Ninguém pode ter propriedade sobre coisa nenhuma, o dinheiro é proibido, a monogamia é abolida e os filhos, lá nascidos, têm paternidade colectiva. A experiência de tentar manter a ordem social e a epopeia do seu líder que não aguenta mais os constantes subornos que lhe são oferecidos e os crescentes conflitos individuais, os quais ele tenta sempre resolver, é o verdadeiro documentário sobre Adrianopla.
[SOBRE O ESPETÁCULO]
PORQUÊ A ADRIANOPLA?
Da história das comunas hippies dos anos setenta resta-nos a amargura do projecto falhado: uma utopia anarquista para um mundo diferente. Em Adrianopla, neste projecto ficcional que nos retorna a essa década do século XX, os seus habitantes, juntos sob um projecto comum, como nas comunidades de inspiração Baptista e Quaker dos Estados Unidos da América, ou como no célebre caso recente de “Jungletown”, noticiado pela VICE, trabalham num sonho em conjunto, numa tabula rasa comunal, numa auto-definição de si mesmos, livres de propriedade e de dinheiro. Se ninguém possuir nada, nada será cobiçado. Quem seremos nós se não tivermos sido definidos por outros antes de nós? Este aparente idílico regresso ao Éden original é aquilo que uma equipa documental se incumbe de investigar, sob a liderança de uma realizadora ambiciosa, com um olhar jornalístico, responsável por descobrir o que se passa realmente em Adrianopla: se funciona, e nos oferece um modelo revolucionário para viver as nossas vidas, ou se esconde dúvidas sinistras, insanáveis sobre a condição humana. Esta tensa disposição, entre ela, a sua equipa, e a comunidade de Adrianopla e o seu líder, enigmático, transgressor, a única ligação de Adrianopla com o mundo
exterior e disposto a esconder, negociar e mentir para salvaguardar essa condição, é mediada por uma terceira ameaça, sobrevoando oculta sobre todos: a de uma escavação arqueológica ilegal nos terrenos da comuna, destapando ruínas ligadas aos verdadeiros pilares do início da cristandade.
O texto será assim criado sobre esta tripolaridade: A utopia impossível de uma nova sociedade criada artificialmente; o registo arquivista, clínico (ou, pelo contrário, insustentavelmente afectado) de uma equipa de filmagens como a imposição de uma moral editorial sobre os acontecimentos: a versão que oferecem é mais ou menos fiável do que a realidade? Finalmente, as ruínas de um passado civilizacional esquecido. Todos serão forçados a viajar entre esses três espaços/princípios dramatúrgicos como num jogo de sombras a que só o público terá total acesso. Assim, Adrianopla é simultaneamente a ágora, o templo e o fórum, onde os pilares da Cidade e do comportamento humano serão expostos para que os espectadores possam edificar o seu próprio sentido por cima, tomando partido, ou não, entre o real pragmático e o sonho necessário.
Da história das comunas hippies dos anos setenta resta-nos a amargura do projecto falhado: uma utopia anarquista para um mundo diferente. Em Adrianopla, neste projecto ficcional que nos retorna a essa década do século XX, os seus habitantes, juntos sob um projecto comum, como nas comunidades de inspiração Baptista e Quaker dos Estados Unidos da América, ou como no célebre caso recente de “Jungletown”, noticiado pela VICE, trabalham num sonho em conjunto, numa tabula rasa comunal, numa auto-definição de si mesmos, livres de propriedade e de dinheiro. Se ninguém possuir nada, nada será cobiçado. Quem seremos nós se não tivermos sido definidos por outros antes de nós? Este aparente idílico regresso ao Éden original é aquilo que uma equipa documental se incumbe de investigar, sob a liderança de uma realizadora ambiciosa, com um olhar jornalístico, responsável por descobrir o que se passa realmente em Adrianopla: se funciona, e nos oferece um modelo revolucionário para viver as nossas vidas, ou se esconde dúvidas sinistras, insanáveis sobre a condição humana. Esta tensa disposição, entre ela, a sua equipa, e a comunidade de Adrianopla e o seu líder, enigmático, transgressor, a única ligação de Adrianopla com o mundo
exterior e disposto a esconder, negociar e mentir para salvaguardar essa condição, é mediada por uma terceira ameaça, sobrevoando oculta sobre todos: a de uma escavação arqueológica ilegal nos terrenos da comuna, destapando ruínas ligadas aos verdadeiros pilares do início da cristandade.
O texto será assim criado sobre esta tripolaridade: A utopia impossível de uma nova sociedade criada artificialmente; o registo arquivista, clínico (ou, pelo contrário, insustentavelmente afectado) de uma equipa de filmagens como a imposição de uma moral editorial sobre os acontecimentos: a versão que oferecem é mais ou menos fiável do que a realidade? Finalmente, as ruínas de um passado civilizacional esquecido. Todos serão forçados a viajar entre esses três espaços/princípios dramatúrgicos como num jogo de sombras a que só o público terá total acesso. Assim, Adrianopla é simultaneamente a ágora, o templo e o fórum, onde os pilares da Cidade e do comportamento humano serão expostos para que os espectadores possam edificar o seu próprio sentido por cima, tomando partido, ou não, entre o real pragmático e o sonho necessário.
[FICHA ARTÍSTICA E TÉCNICA]
Texto e encenação: Pedro Saavedra | Interpretação: Paula Garcia, Rafael Barreto e Wagner Borges | Cenografia: Luís Santos | Apoio à construção cenográfica: Pedro Silva | Desenho de luz: Paulo Sabino | Máscaras: Cláudia Ribeiro | Banda sonora: Ramón Galarza | Comunicação, design e produção: Sónia Rodrigues | Ilustração: Rui Guerra | Fotografia de cena e vídeos: Vitorino Coragem | Apoio técnico e operação: Carlos Arroja e Diogo Graça | Produção executiva: Inês Oliveira | Apoio à gestão do projeto: Pedro Alves e Maria Carneiro | Apoio à comunicação: Catarina Lobo | Coprodução: O Fim do Teatro e teatromosca | Financiamento: Câmara Municipal de Lisboa (O Fim do Teatro), Câmara Municipal de Sintra e República Portuguesa – Cultura / Direção-Geral das Artes (teatromosca) | Apoio: Convento da Terra e Largo Residências | Media partner: Radar 97.8 e Rádio Alta Tensão
Duração estimada | 120 min. (aprox.)
Classificação etária | M/16
Duração estimada | 120 min. (aprox.)
Classificação etária | M/16
[DIGRESSÃO]
10 outubro | Évora Teatro Fest, Salão Central Eborense
31 outubro | Teatro Art’imagem, Quinta da Caverneira, Maia
31 outubro | Teatro Art’imagem, Quinta da Caverneira, Maia