ADRIANOPLA
coprodução teatromosca, O Fim Do Teatro
texto e encenação Pedro Saavedra
coprodução teatromosca, O Fim Do Teatro
texto e encenação Pedro Saavedra
ESTREIA 20 junho 2024
às 21h
no AMAS - Auditório Municipal António Silva
às 21h
no AMAS - Auditório Municipal António Silva
[SINOPSE]
Nos anos setenta do século XX, um documentário está a ser realizado sobre uma comuna anarquista algures nas montanhas dos Balcãs. Um grupo de utópicos invadiu uma propriedade rural e decidiu instaurar nela um novo tipo de sociedade baseada na igualdade. Não há propriedade sobre coisa nenhuma: O dinheiro é proibido, a monogamia é abolida e os filhos, lá nascidos, têm paternidade colectiva. Entre a experiência de tentar manter a ordem social e a epopeia do seu líder, que não aguenta mais manter em segredo uma escavação arqueológica ilegal, encontra-se a verdadeira história de Adrianopla.
[SOBRE O ESPETÁCULO]
PORQUÊ A ADRIANOPLA?
Da história das comunas hippies dos anos setenta resta-nos a amargura do projecto falhado: uma utopia anarquista para um mundo diferente. Em Adrianopla, neste projecto ficcional que nos retorna a essa década do século XX, os seus habitantes, juntos sob um projecto comum, como nas comunidades de inspiração Baptista e Quaker dos Estados Unidos da América, ou como no célebre caso recente de “Jungletown”, noticiado pela VICE, trabalham num sonho em conjunto, numa tabula rasa comunal, numa auto-definição de si mesmos, livres de propriedade e de dinheiro. Se ninguém possuir nada, nada será cobiçado. Quem seremos nós se não tivermos sido definidos por outros antes de nós? Este aparente idílico regresso ao Éden original é aquilo que uma equipa documental se incumbe de investigar, sob a liderança de uma realizadora ambiciosa, com um olhar jornalístico, responsável por descobrir o que se passa realmente em Adrianopla: se funciona, e nos oferece um modelo revolucionário para viver as nossas vidas, ou se esconde dúvidas sinistras, insanáveis sobre a condição humana. Esta tensa disposição, entre ela, a sua equipa, e a comunidade de Adrianopla e o seu líder, enigmático, transgressor, a única ligação de Adrianopla com o mundo
exterior e disposto a esconder, negociar e mentir para salvaguardar essa condição, é mediada por uma terceira ameaça, sobrevoando oculta sobre todos: a de uma escavação arqueológica ilegal nos terrenos da comuna, destapando ruínas ligadas aos verdadeiros pilares do início da cristandade.
O texto será assim criado sobre esta tripolaridade: A utopia impossível de uma nova sociedade criada artificialmente; o registo arquivista, clínico (ou, pelo contrário, insustentavelmente afectado) de uma equipa de filmagens como a imposição de uma moral editorial sobre os acontecimentos: a versão que oferecem é mais ou menos fiável do que a realidade? Finalmente, as ruínas de um passado civilizacional esquecido. Todos serão forçados a viajar entre esses três espaços/princípios dramatúrgicos como num jogo de sombras a que só o público terá total acesso. Assim, Adrianopla é simultaneamente a ágora, o templo e o fórum, onde os pilares da Cidade e do comportamento humano serão expostos para que os espectadores possam edificar o seu próprio sentido por cima, tomando partido, ou não, entre o real pragmático e o sonho necessário.
Da história das comunas hippies dos anos setenta resta-nos a amargura do projecto falhado: uma utopia anarquista para um mundo diferente. Em Adrianopla, neste projecto ficcional que nos retorna a essa década do século XX, os seus habitantes, juntos sob um projecto comum, como nas comunidades de inspiração Baptista e Quaker dos Estados Unidos da América, ou como no célebre caso recente de “Jungletown”, noticiado pela VICE, trabalham num sonho em conjunto, numa tabula rasa comunal, numa auto-definição de si mesmos, livres de propriedade e de dinheiro. Se ninguém possuir nada, nada será cobiçado. Quem seremos nós se não tivermos sido definidos por outros antes de nós? Este aparente idílico regresso ao Éden original é aquilo que uma equipa documental se incumbe de investigar, sob a liderança de uma realizadora ambiciosa, com um olhar jornalístico, responsável por descobrir o que se passa realmente em Adrianopla: se funciona, e nos oferece um modelo revolucionário para viver as nossas vidas, ou se esconde dúvidas sinistras, insanáveis sobre a condição humana. Esta tensa disposição, entre ela, a sua equipa, e a comunidade de Adrianopla e o seu líder, enigmático, transgressor, a única ligação de Adrianopla com o mundo
exterior e disposto a esconder, negociar e mentir para salvaguardar essa condição, é mediada por uma terceira ameaça, sobrevoando oculta sobre todos: a de uma escavação arqueológica ilegal nos terrenos da comuna, destapando ruínas ligadas aos verdadeiros pilares do início da cristandade.
O texto será assim criado sobre esta tripolaridade: A utopia impossível de uma nova sociedade criada artificialmente; o registo arquivista, clínico (ou, pelo contrário, insustentavelmente afectado) de uma equipa de filmagens como a imposição de uma moral editorial sobre os acontecimentos: a versão que oferecem é mais ou menos fiável do que a realidade? Finalmente, as ruínas de um passado civilizacional esquecido. Todos serão forçados a viajar entre esses três espaços/princípios dramatúrgicos como num jogo de sombras a que só o público terá total acesso. Assim, Adrianopla é simultaneamente a ágora, o templo e o fórum, onde os pilares da Cidade e do comportamento humano serão expostos para que os espectadores possam edificar o seu próprio sentido por cima, tomando partido, ou não, entre o real pragmático e o sonho necessário.
[FICHA ARTÍSTICA E TÉCNICA]
Texto e encenação Pedro Saavedra | Interpretação Edmundo Rosa Henrique Maio Gil Marta Jardim Paula Garcia Rafael Barreto Wagner Borges | Cenografia Luís Santos | Desenho de luz Paulo Sabino | Figurinos Cláudia Ribeiro | Banda sonora Ramón Galarza | Sonoplastia Rui Miguel | Design Sónia Rodrigues | Curadoria Mário Caeiro | Apoio técnico e operação Diogo Graça | Apoio técnico Carlos Arroja | Produção executiva Inês Oliveira | Apoio à comunicação Catarina Lobo e Milene Fialho | Apoio Dizplay | Media partner Radar 97.8 | Coprodução O Fim do Teatro e teatromosca
Duração estimada | a definir
Classificação etária | M/12
Duração estimada | a definir
Classificação etária | M/12
dossiê_adrianopla_.pdf |
[DIGRESSÃO]
em atualização