NED KELLY
Cocriação de Pedro Alves, Paulo Castro e Paulo Furtado/The Legendary Tigerman
Estreou a 17 de novembro de 2020 no AMAS - Auditório Municipal António Silva
Cocriação de Pedro Alves, Paulo Castro e Paulo Furtado/The Legendary Tigerman
Estreou a 17 de novembro de 2020 no AMAS - Auditório Municipal António Silva
★★★★★
Vencedor MELHOR TRABALHO CENOGRÁFICO - Pedro Silva
nomeação MELHOR TEXTO PORTUGUÊS REPRESENTADO - Pedro Alves e Paulo Castro
[NOTA BREVE SOBRE O ESPETÁCULO “NED KELLY”
A história faz-se com documentos escritos, sem dúvida. Quando eles existem. Mas ela pode fazer-se, ela deve fazer-se sem documentos escritos, se os não houver. Com tudo o que o engenho do historiador pode permitir-lhe utilizar para fabricar o seu mel, à falta de flores habituais. Portanto, com palavras. Com signos. Com paisagens e telhas. Com formas de cultivo e ervas daninhas. Com eclipses da lua e cangas de bois. Com exames de pedras por geólogos e análises de espadas de metal por químicos. Numa palavra, com tudo aquilo que pertence ao homem, depende do homem, serve o homem, exprime o homem, significa a presença, a atividade, os gostos e as maneiras de ser do homem.
“Combates pela História”, Lucien Febvre
Edward “Ned” Kelly foi um dos mais famosos fora-da-lei australianos e a sua vida inspirou aquela que é reconhecida como a primeira longa-metragem ficcional da História do Cinema, de que hoje só resta uma cópia restaurada de 17 minutos. Já muito se escreveu sobre Ned e o seu gangue, ora retratado como o mais influente ícone cultural australiano, capaz de inspirar inúmeros trabalhos artísticos, ora como um assassino desmerecedor do estatuto de herói. O espetáculo que o teatromosca apresenta agora em coprodução com a companhia australiana Stone/Castro e o São Luiz Teatro Municipal, criado por Pedro Alves, Paulo Castro e o músico Paulo Furtado/The Legendary Tigerman, baseia-se tanto na história de Ned Kelly como nas histórias produzidas a partir da lenda que rodeia ainda a sua vida, assente num dispositivo vídeo-cenográfico que privilegia a simultaneidade da captação e transmissão de imagens em cena, realizadas e editadas em direto, complexificando a textura espaço-temporal do evento teatral, multiplicando os níveis de presença dos atores e criando uma “mise en abîme” onde se espelham os processos de construção da ação cénica e dos seus resultados em vídeo. Num contexto de diluição das fronteiras entre disciplinas artísticas, cria-se um espetáculo que se ocupa tanto de reencenar as imagens sobreviventes da longa-metragem de 1906, como em (re)construir as cenas perdidas. Assim, tomando como ponto de partida a(s) história(s) de Ned Kelly e também documentos cinematográficos, literários e outros, através de processos do teatro documental, e num momento em que proliferam as chamadas notícias falsas, lança-se um olhar sobre a “transitoriedade” da História e a “frágil autenticidade” do arquivo, acreditando que legislar a memória histórica não será nunca uma atividade livre de perigos e não sujeita a erros e enganos.
“Combates pela História”, Lucien Febvre
Edward “Ned” Kelly foi um dos mais famosos fora-da-lei australianos e a sua vida inspirou aquela que é reconhecida como a primeira longa-metragem ficcional da História do Cinema, de que hoje só resta uma cópia restaurada de 17 minutos. Já muito se escreveu sobre Ned e o seu gangue, ora retratado como o mais influente ícone cultural australiano, capaz de inspirar inúmeros trabalhos artísticos, ora como um assassino desmerecedor do estatuto de herói. O espetáculo que o teatromosca apresenta agora em coprodução com a companhia australiana Stone/Castro e o São Luiz Teatro Municipal, criado por Pedro Alves, Paulo Castro e o músico Paulo Furtado/The Legendary Tigerman, baseia-se tanto na história de Ned Kelly como nas histórias produzidas a partir da lenda que rodeia ainda a sua vida, assente num dispositivo vídeo-cenográfico que privilegia a simultaneidade da captação e transmissão de imagens em cena, realizadas e editadas em direto, complexificando a textura espaço-temporal do evento teatral, multiplicando os níveis de presença dos atores e criando uma “mise en abîme” onde se espelham os processos de construção da ação cénica e dos seus resultados em vídeo. Num contexto de diluição das fronteiras entre disciplinas artísticas, cria-se um espetáculo que se ocupa tanto de reencenar as imagens sobreviventes da longa-metragem de 1906, como em (re)construir as cenas perdidas. Assim, tomando como ponto de partida a(s) história(s) de Ned Kelly e também documentos cinematográficos, literários e outros, através de processos do teatro documental, e num momento em que proliferam as chamadas notícias falsas, lança-se um olhar sobre a “transitoriedade” da História e a “frágil autenticidade” do arquivo, acreditando que legislar a memória histórica não será nunca uma atividade livre de perigos e não sujeita a erros e enganos.
[SOBRE O ESPETÁCULO]
Muito provavelmente, em 1854, terá nascido Edward “Ned” Kelly, um dos mais reconhecidos "fora-da-lei" australianos, que ganhou um certo estatuto lendário por ter desafiado as autoridades coloniais. Em junho de 1880, entrincheirado num hotel, Ned e o seu gangue improvisaram armaduras de ferro que lhes cobriam o peito e a cabeça e enfrentaram a polícia num tiroteio que durou 12 horas e só acabou com a morte de todos os outros membros do grupo de marginais, exceto Ned Kelly, que foi preso depois de ter sido atingido com 28 tiros nas pernas e de ter enfrentado sozinho cerca de 50 agentes. Em 1906, foi realizada aquela que é reconhecida como a primeira longa-metragem ficcional da História do Cinema, “The Story of the Ned Kelly Gang”, inspirada na vida desta mítica personagem. Grande parte deste filme esteve perdida durante décadas, tendo sido feitas inúmeras descobertas sucessivas ao longo dos últimos anos do século passado que permitiram que fosse preparada uma cópia restaurada com 17 minutos de duração de um filme que, originalmente, se estima que tivesse 60 minutos. Em 2000, o escritor australiano Peter Carey publicou “True History of the Kelly Gang”, um elaborado gesto de ventriloquismo literário que ficciona uma autobiografia de Ned Kelly a partir de cartas, supostamente, escritas pelo próprio bandido.
De facto, alvo de um especial interesse no seu país de origem, Kelly poderá ser visto como o último sinal de um tempo e espaço sem lei, um verdadeiro ícone cultural, capaz de inspirar inúmeros trabalhos artísticos e biografias, celebrado como o equivalente australiano de Robin Hood. Contudo, também não será difícil encontrar outros que o veem como um assassino, desmerecedor desse estatuto de herói popular que lhe tem sido colado à pele. Os criadores teatrais Paulo Castro e Pedro Alves juntam-se ao músico Paulo Furtado/The Legendary Tigerman para criar um espetáculo, coproduzido pelo teatromosca, pela companhia australiana STONE/CASTRO e o São Luiz Teatro Municipal, que se inspira tanto na história de Ned Kelly, como nas histórias produzidas a partir da lenda que ainda hoje rodeia a sua vida.
De facto, alvo de um especial interesse no seu país de origem, Kelly poderá ser visto como o último sinal de um tempo e espaço sem lei, um verdadeiro ícone cultural, capaz de inspirar inúmeros trabalhos artísticos e biografias, celebrado como o equivalente australiano de Robin Hood. Contudo, também não será difícil encontrar outros que o veem como um assassino, desmerecedor desse estatuto de herói popular que lhe tem sido colado à pele. Os criadores teatrais Paulo Castro e Pedro Alves juntam-se ao músico Paulo Furtado/The Legendary Tigerman para criar um espetáculo, coproduzido pelo teatromosca, pela companhia australiana STONE/CASTRO e o São Luiz Teatro Municipal, que se inspira tanto na história de Ned Kelly, como nas histórias produzidas a partir da lenda que ainda hoje rodeia a sua vida.
[FOTOGRAFIAS]
[MEMORABILIA]
[FICHA ARTÍSTICA E TÉCNICA]
Criação Pedro Alves, Paulo Castro e Paulo Furtado/The Legendary Tigerman Encenação Pedro Alves e Paulo Castro Interpretação Mariana Fonseca, Nádia Yracema, Pedro Alves e Paulo Castro Banda sonora original Paulo Furtado/The Legendary Tigerman Cenografia Pedro Silva Conceção de vídeo Ricardo Reis e Tim Carlier Figurinos Helena Guerreiro Fotografia Catarina Lobo Direção técnica e desenho de luz Carlos Arroja Operação técnica de luz e som Marco Lopes / Show Ventura Produção executiva Inês Oliveira Coprodução teatromosca, STONE/CASTRO e São Luiz Teatro Municipal Agradecimentos Associação Humanitária de Bombeiros de Agualva-Cacém, Fundação CulturSintra, Joaquim Guerreiro, Pedro Palma e Carlos Afonso Pereira
Duração estimada | 150 minutos
Classificação etária | M/16 anos
Duração estimada | 150 minutos
Classificação etária | M/16 anos
[DIGRESSÃO]
Cineteatro Municipal, Serpa
Centro de Artes Performativas do Algarve, Faro
Teatro Municipal Diogo Bernardes, Ponte de Lima
São Luiz Teatro Municipal, Lisboa
Centro de Artes Performativas do Algarve, Faro
Teatro Municipal Diogo Bernardes, Ponte de Lima
São Luiz Teatro Municipal, Lisboa