Ser Bom
A partir do texto "Notes from underground" de Eric Bogosian
Encenação de Paulo Campos dos Reis
Produção do teatromosca
Estreou a 8 de outubro de 1999
na Fábrica da Pólvora em Barcarena
A partir do texto "Notes from underground" de Eric Bogosian
Encenação de Paulo Campos dos Reis
Produção do teatromosca
Estreou a 8 de outubro de 1999
na Fábrica da Pólvora em Barcarena
[SOBRE O ESPETÁCULO]
masoquismo tranquilo
houve, necessariamente, uma certa dose de masoquismo quando escolhemos este "ser bom" para inaugurar o repertório do teatromosca. uma história de cidade como esta em que, de um modo ao mesmo tempo irónico, desesperado e terno um home relata episódios da sua vida precariamente asceta. começamos o trabalho com consciência da extrema familiaridade que nos unia ao texto. quer dizer, como gente de cidade que somos, linha a linha "notes from underground" parecia ser um texto senão escrito por nós, escrito para nós. o que, prensámos, poderia inquinar a representação por demasiado pessoal, o espectador dirá. nós dizemos: temos as víscera tranquilas, mas que, como o personagem, nos apetece perguntar, "porque é que vivemos nesta cidade com toda esta raiva?", ai lá isso, desculpem-qualquer-coisinha.
mudar o texto
traduzir o texto e adaptá-lo para a realidade portuguesa foi outro exercício a que nos obrigámos (eric bogosian é, como, aliás, lamentavelmente, muitos outros celebérrimos dramaturgos, um ilustre desconhecido das editoras pátrias). traduzir não é a palavra - mudámo-lo. há passagens omitidas por opção dramatúrgica ou, noutras, um "intercâmbio possível" entre referências culturais americanas e portuguesas, por exemplo, quanto à relação de amizade virtual que o personagem mantém com um pivot televisivo, optamos pelo familiar josé rodrigues dos santos do telejornal da rtp, em detrimento do remoto dan rather do jornal da noite da cbs.
os beatles e o "requiem" de mozart são vontade do personagem.
paulo campos dos reis
houve, necessariamente, uma certa dose de masoquismo quando escolhemos este "ser bom" para inaugurar o repertório do teatromosca. uma história de cidade como esta em que, de um modo ao mesmo tempo irónico, desesperado e terno um home relata episódios da sua vida precariamente asceta. começamos o trabalho com consciência da extrema familiaridade que nos unia ao texto. quer dizer, como gente de cidade que somos, linha a linha "notes from underground" parecia ser um texto senão escrito por nós, escrito para nós. o que, prensámos, poderia inquinar a representação por demasiado pessoal, o espectador dirá. nós dizemos: temos as víscera tranquilas, mas que, como o personagem, nos apetece perguntar, "porque é que vivemos nesta cidade com toda esta raiva?", ai lá isso, desculpem-qualquer-coisinha.
mudar o texto
traduzir o texto e adaptá-lo para a realidade portuguesa foi outro exercício a que nos obrigámos (eric bogosian é, como, aliás, lamentavelmente, muitos outros celebérrimos dramaturgos, um ilustre desconhecido das editoras pátrias). traduzir não é a palavra - mudámo-lo. há passagens omitidas por opção dramatúrgica ou, noutras, um "intercâmbio possível" entre referências culturais americanas e portuguesas, por exemplo, quanto à relação de amizade virtual que o personagem mantém com um pivot televisivo, optamos pelo familiar josé rodrigues dos santos do telejornal da rtp, em detrimento do remoto dan rather do jornal da noite da cbs.
os beatles e o "requiem" de mozart são vontade do personagem.
paulo campos dos reis
[FICHA ARTÍSTICA E TÉCNICA]
Encenação, dramaturgia, adaptação, espaço cénico e desenho de luz Paulo Campos dos Reis | Interpretação Pedro Alves | Tradução Paulo Campos dos Reis e Pedro Alves | Operação de som e luz Paulo Cacheiro | Fotografia Sérgio Santos | Contra-regra Paulo Cintrão | Produção Ana Pinto (Associação Juvenil Rostos Cobertos)